Me pego a analisar com racionalidade se fiz a escolha certa, ao lhe colocar no lugar mais seguro e imutável do meu ser, mas é frustante, não chego a conclusões... A razão me castiga com o peso da escolha impulsiva, diz-me ser imaturidade acreditar no impossível quando este envolve um outro ser... Em oposição à ela vem meu coração, dizendo-me que a vida é pra ser vivida e compartilhada, que dois em um só, é melhor que um incompleto...
Então penso, se sou completa, não preciso ser completada... Mas fosse mesmo completa, não teria lhe permitido entrar e ficar aqui, dentro de mim...
Refém dos próprios pensamentos, assumo minha impotência diante de tal acontecimento...
Você está aqui, pertinho, juntinho, embora a distância torne seu perfume, que eu ainda não senti, impossível de ser provado...
Você está aqui, pertinho, juntinho, embora a distância torne seu abraço, que eu ainda não senti, um sonho inalcançável...
Você está aqui, pertinho, juntinho, embora a distância torne sua voz, que eu ainda não ouvi, um simples desejo impossível...
Você está aqui, e quem o colocou aqui fui eu, talvez num instante de desvaneio, talvez num momento infantil, sonhador, ou talvez foi em plena consciência e intenção; mas o que importa, é que se eu quisesse, e resolvesse tentar com afinco, tirá-lo daqui, sou certa de que poderia!...
Sim! Eu poderia! A qualquer instante, qualquer momento, mas então percebo que isso vai mais além, porque embora eu possa, eu consiga, eu tenha escolha, eu não quero, por mais loucura que pareça ser, eu quero que continue aqui... E é por isso, que me pego de novo pensando: "será que fiz a escolha certa, ao lhe colocar no lugar mais seguro e imutável do meu ser?"
É um círculo vicioso pensar sobre isso... Bah, preciso confessar: Provavelmente, você nunca vai sair daqui, e isto será, com certeza, apenas mais uma escolha minha...
Susan Oliveira
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