quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A última carta

          Quando eu não mais estiver aqui...


          Se a saudade bater à porta, sugiro que abra... Eu sei, ela é ruim, mas ela vem, se faz presente, e se permitires à ela entrar, ela também irá embora, sem que a precise expulsar. Não te garanto que ela nunca mais volte, mas te dou a certeza de que a cada visita, ela ficará menos tempo, e sua estadia será menos insuportável...
          Olhe para o lado, deixei marcas, detalhes reconhecíveis... Tenha-me neles, e quando o tempo os levar, não te entristeças, cuidei em deixar também marcas dentro de ti, de onde ninguém pode apagar, a não ser quem traz consigo a chave, que és somente tu!
          Sinta a brisa, o sol, as gotas de chuva... Ouça as notas, acompanhe-as nas partituras, como fazíamos juntos, seria um programa legal pras noites frias e chuvosas. Rs' Coisa de músico, só a gente entende...
          Na verdade não trago comigo, agora, as palavras selecionadas, mas a mensagem que pretendo deixar aqui é somente esta: Viva! Não te desesperes por momentos sufocantes, nem te deixes levar pelo luto, cruel e arrasador. Estejas sempre de pé, porque a vida sempre prossegue. Chore, sorria, corra, tire férias, quebre alguma coisa, mas não pare! Nunca pare! Esse era nosso plano, lembra?

          ...
...

          Quando eu não mais estiver aqui, busque-me naquilo que te for mais querido, certamente ali estarei...


PS: 'Z4' (sempre mais...)



          "Para aqueles que esculpem nos corações, a marca do amor verdadeiro, o partir para eternidade não é o ponto final da vida, apenas porque estes, continuam vivos dentro daqueles que carregam suas cinzelas."

Susan Oliveira