domingo, 9 de outubro de 2011

A tela


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"Na manhã mais gelada que presenciei, eu abri a janela...
Pude contemplar lá fora a paisagem que me deixou pasma... Era a imensidão dos sentimentos representada através de uma tela viva e genuína de pouco mais de 1 metro quadrado, delimitada pelas cortinas que faziam do lado de dentro um lugar mais aconchegante... Naquele momento pude me teletransportar para fora, sem que o frio mortal do mais rigoroso inverno que já presenciei pudesse me atingir. Naquela paisagem completamente coberta pela neve me faltou fôlego para admirar o que estava diante dos meus olhos...
Era você, nas montanhas distantes ofuscadas pela nevasca... Era você no vento cortante que invadia meu quarto e sequestrava meu pensamento... Era você... Inacreditável... Poderia eu permanecer estática ali, naquela cena criada pela lembrança intacta de sua existência, onde a única coisa que se movia eram as cortinas de seda que voavam no ritmo que o vento determinava, e ali não havia um ruído sequer, o silêncio sepulcral permitia-me ouvir as batidas descompassadas do meu coração à vivenciar todas as lembranças que o tempo não pode deteriorar..."
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                                                                                                                                   Susan Oliveira

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