quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Uma carta ao "coração do Cérebro"...

Querido Sistema Límbico,


          Lhe escrevo com auxílio de todo meu encéfalo, cada neurônio se une para lhe escrever, com todo meu carinho e toda razão que pode haver em um ser.
          Eu sei que o que chamamos de 'últimos tempos' não lhe tem sido fáceis. Ninguém melhor do que eu, pode compreender a angústia que lhe é gerada por inúmeras e incessantes vezes, enquanto desesperado, você tenta manter o foco, ou ao menos tenta - e com muita perseverança, eu sei -, não permitir que o restante do sistema nervoso central, entre em colapso. Eu sei que você não gosta de muitas coisas, e peço desculpas por lhe fazer passar por elas, eu lhe pouparia, se fosse possível, de grande parte das circunstâncias e acontecimentos que lhe afligem, entretanto, tal beneficência está além de minha alçada. Lamento por isso.
          Existem muitas coisas das quais eu poderia falar-lhe hoje, mas escolhi uma que embora eu saiba que lhe faz chorar, e que por vezes você abstrai, fazendo de conta que é possível esquecer, ou simplesmente se abster de lidar, julgo ser importante, e então sigo esta carta como meio de lhe confortar, e fazer-lhe saber que estamos juntos nessa. Meu querido Sistema Límbico, somos um só, também sou parte disso, e cada sentimento que em você é produzido, reflete em minhas ações, em meu físico, e até mesmo no resultado do que me proponho e/ou preciso fazer. Leia com atenção, e guarde essas palavras para os próximos desafios...
          Hoje estive pensando, enquanto voltava do que poderia tranquilamente ser minha rotina de vida, sem que eu nunca me cansasse, e me deparei com suas produções a me afetar... Um pouco de medo, uma boa dose de desânimo, e aquele mar de incertezas que trazem um pouco de tristeza e a vontade de retroceder... Sabe, eu quero que você saiba, e que nunca se esqueça, que tudo isso vai passar.
          Estamos prestes a retornar para o lugar que lhe faz produzir tantas aversões, e quase me gera uma leve desidratação, pelas lágrimas que me implora verter. Eu compreendo o quanto lhe é ruim, mas eu quero que você procure olhar pelo lado bom... Sabe aquela velha história do "copo meio cheio", é sério, a gente precisa disso! Contando brevemente o tempo que nos resta no nosso tão querido e confortável lar, pego-me oprimida por suas produções catastróficas, e disto surge um grito desesperado, que sai bem lá de dentro, de onde ninguém pode entrar, e ecoa pelos labirintos que seus sulcos e giros formam, sabe o que ele diz? "Por favor, eu preciso que você suporte um pouco mais, eu prometo que vai passar, me ajude, só mais um pouco!".
          Querido Sistema Límbico, nós vamos conseguir! Eu lhe garanto que vamos passar por isso, e de alguma forma, valerá a pena, nem que seja só pelo gosto magnifico de poder dizer "ACABOU!". Eu tenho algumas sugestões, espero que consiga seguí-las, são de bastante eficácia... Bem, vou pontuar, para ficar mais fácil de gravar:
  • 1. Quando chegar a hora de ir, e sua súplica pelo acionamento da válvula de escape mais eficaz que já conhecemos, ocorrer, não se acanhe, eu vou ceder à sua vontade, e então nós vamos chorar juntos! Mas eu quero que em troca, você se esforce para manter a ordem, e não deixar que o caos se instale, mantenha o foco, e não se esqueça: Vai passar!
  • 2. Quando as lágrimas trouxerem para nós o sono, e então desligarmos um pouco, procure descansar, eu sei o que nos espera na outra ponta da rodovia, mas eu reforço: Vai passar!
  • 3. Quando os motores se desligarem, acenderem as luzes e alguém disser sutilmente, que alcançamos o destino, por favor, não se apavore. Permita-me respirar, e me ajude a manter o semblante e o pensamento em coisas boas, mesmo quando você produzir aquele "nó na garganta" que tanto nos acompanha naquele lugar, e lembre-se: Vai passar!
  • 4. Na hora de pegar as malas, é... Aquele momento único e terrível, que faz-nos lembrar que "já era", chegamos e agora estamos por conta própria num lugar estranho, me ajude! Não me faça chorar. Vamos caminhar juntos e seguros até o transporte, e sugiro fortemente não pensar que depois dali, estaremos de volta ao que sarcasticamente, nomeamos "casulo". Vamos pensar: Vai passar!
  • 5. Bem, quando chegar o primeiro dia útil da semana, e então começarmos a lutar para sobreviver à rotina, não se desespere, não desanime, não perca as forças!!! Eu lhe garanto: Vai passar!!!! Então me ajude a continuar, ainda que para isso você precise de um incentivo diário... Eu lhe dou!!! Eu posso fazer um calendário regressivo, eu posso me comprometer à lhe dar momentos alegres, pelo menos uma ou duas vezes por mês... Nós podemos negociar, mas por favor, não desista! Vai passar!!!

          Por último, querido Sistema Límbico, eu lhe convido a dar uma olhadinha para trás, e relembrar de tudo que já vivemos... Sabe, já passamos da metade!! Eu sou tão grata à você! Sempre que precisar, debruce-se sobre as memórias do passado, eu, ainda que inconscientemente, lhe dou a vantagem de não recordar das coisas ruins e desanimadoras, veja o privilégio!! Quando estiver relembrando, só haverão recordações edificantes, revigorantes... Então olhe!!! Olhe e siga em frente! Vai passar rápido, eu lhe garanto. Força, meu querido Sistema Límbico! Falta pouco!



Lembre-se dos dentes-de-leão, e imagine cada desafio como uma de suas sementes...
Estamos no fim, cada desafio vencido, é uma semente que se desprende e voa...
Elas caem em lugares distintos, e produzem os frutos que nós, pela incrível graça de Deus, ganhamos depois de cada esforço.
Em breve findaremos esta etapa! Vamos lá! Nós vamos conseguir!

Susan Oliveira

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